Quem é o Homem Animal?
Buddy Baker andava tranquilamente pelos campos de sua pacata cidade quando um artefato caído do espaço lhe deu o dom de copiar poderes dos animais próximos. A partir daí, ele decide utilizar seus poderes para lutar contra o crime.
Anos depois, casado e com dois filhos, vê como uma possibilidade de crescimento pessoal e profissional o fato de ter tais dons, fazendo o possível para se unir a outros heróis em um novo modelo empresarial da Liga da Justiça.
O Homem-Animal foi resgatado das masmorras do esquecimento pelo novato (na época) Grant Morrison, que desconstrói e restabelece esse herói único no panteão da DC Comics.
O Evangelho do Coiote
Nessa edição (parte 1 de 3 do arco do Grant Morrison), vemos um herói diferente, um tanto inseguro e enferrujado com relação a seus poderes, que se surpreende como nós leitores a cada página.
Temos aqui as 9 primeiras edições. As 4 primeiras trazem um arco que envolve outro herói, o africano Fera Buana, que tem o bizarro poder de fundir criaturas vivas em quimeras que obedecem aos seus comandos. Logo de cara, nosso querido Homem-Animal enfrenta um Homem-Rato que arranca seu braço, além de termos ainda macacos fundidos e baratas humanas gigantes… tudo em um clima de terror e aventura poucas vezes desenvolvido.
Diversas metáforas estão espalhadas neste arco, referências diretas a caças e caçadores que parecem soltas, mas dialogam diretamente até se cruzarem com a vida de nosso herói, em uma aula de construção da narrativa, como de costume nos trabalhos do senhor Morrison.
Após isso, temos o clássico “O Evangelho do Coiote” (história que dá nome a esse encadernado), um verdadeiro clássico instantâneo da 9ª Arte, imperdível para qualquer entusiasta.
Na sequência, temos outras ótimas histórias até finalizar a edição com uma deixa para o próximo volume.
Temos em meio a isso diversas surpresas, como a aparição do Superman, que serve – talvez – pra deixar claro que o Homem-Animal faz parte do mesmo universo que outros famosos super-heróis. Além de eventualmente outros membros do panteão DC, como Ajax, o caçador de Marte, que aparece com toques sutis de humor e sabedoria, agindo em meio a situações corriqueiras de uma família simples.
O Homem-Animal nos brinda ainda com importantes mensagens ecológicas, de maneira dramática revela até que ponto somos capazes de prejudicar nossos irmãos do reino animal. Mostrando também mazelas pelas quais qualquer humano comum pode passar, com relances de diferentes culturas, como na edição dos Tanagarianos, tudo norteado pelo bem maior do Buddy: sua família.
A edição em si é muito bonita, com uma introdução de 1991 do próprio autor e reprodução das capas originais.
Pai, marido, defensor dos animais, poderoso, inseguro, destemido, anacrônico e moderno, o Homem-Animal certamente nos mostra o quão profundo e divertido pode ser um verdadeiro Super-herói.
DETALHES DA PUBLICAÇÃO
Linha editorial: Vertigo
Editora: Panini
Formato: 17 x 26 cm
Capa: Cartão
Lombada: Quadrada
Tipo de papel: Pisa brite
Número de páginas: 252
HISTÓRIAS ORIGINAIS
The Animal Man 1-9