Quando se fala em mico, logo vem à mente o mico-leão-dourado, aquele bichinho simpático e belo das florestas brasileiras.
Mas, o que eu quero falar aqui, não é sobre ele, mas sobe o mico no sentido pejorativo, ou seja: “pagar um mico”, um vexame, uma cena cômica, cafona ou coisa parecida.
Quem já não passou por isso pelo menos uma vez na vida?
Certamente, caro leitor, você já teve esse “desprazer”! Nessas horas dá vontade de cavar um buraco no chão e enfiar-se nele! Mas ao invés de lamentações, vamos rir deles que é bem melhor.
Hino Nacional às avessas
A cantora Vanusa que o diga: quando, em março de 2009, foi convidada a cantar o Hino Nacional na Assembleia Legislativa de São Paulo, nunca imaginou o mico que pagaria. Errou vergonhosamente o hino e quase o cantou de “trás pra frente”. Ela alegou que foi um medicamento… Será?
Inspetor atrapalhado
No banco onde eu trabalhava tinha um inspetor (uma espécie de auditor) que era conhecido por sua arrogância.
Certa vez ele foi designado para inspecionar uma agência do Banco, no interior do estado de São Paulo.
Chegou à agência bem cedo, segurou sua credencial na mão direita (bem ao estilo dos agentes do FBI) e foi dizendo para o gerente da agência:
— Sou inspetor e vou fazer uma auditoria na agência, vamos começar conferindo o dinheiro no cofre.
O gerente o acompanhou até o cofre e colocou todo o dinheiro que estava lá em cima de uma mesa.
Depois de mais de uma hora contando, o inspetor falou ao gerente:
— Me traga o A-536. [Planilha que registrava a entrada e saída de dinheiro da agência.]
O gerente, mostrando surpresa, perguntou:
— A-536? O que é isso?
O inspetor ficou uma fera:
— “O que é isso” digo eu! – Disse ele, mostrando toda a sua autoridade – Você, um gerente do Banco Mercantil de São Paulo, não sabe o que é o A-536?
O gerente, meio atrapalhado, respondeu:
— Nunca fui gerente do Banco Mercantil, sou gerente do Banco Moreira Salles e já faz mais de cinco anos.
Só aí ambos entenderam que o atrapalhado inspetor tinha entrado na agência do banco errado.
Futebol ou balé
Mico mesmo pagou o Jairo, jogador do Figueirense, de Santa Catarina.
Ele foi eleito o pior jogador do “rachão” e teve que comparecer ao treino seguinte com um deslumbrante vestido cor-de-rosa.
Égua assanhada
Certa vez eu e meus irmãos fomos almoçar na casa da minha mãe.
Conversa vai, conversa vem, toma uma cervejinha aqui e tantas outras ali, ficamos naquela “descompressão” de não-sei-o-que-fazer, até que alguém viu uma égua pastando tranquilamente em um terreno ao lado,
Alguém perguntou: “será que é mansa?”
Eu, todo metido, fui conferir.
A princípio ela foi dócil e deixou-se acariciar, mas foi só virar as costas e a danada deu-me uma tremenda mordida nas nádegas, deixando meu precioso traseiro todo dolorido.
Tive de sentar de lado por um bom tempo, mas o pior foram as gozações que duram até hoje, fato que ficou conhecido como “a égua assanhada”.
Minhas mulheres
Antes de vocês pensarem besteiras, eu já vou explicando que “minhas mulheres” são minha esposa, minhas duas filhas e minhas três netas.
Bem, elas são especialistas em pagar micos, alguns exemplos:
Dia desses, a minha neta Giulia, de oito anos, voltou da escola toda nervosa:
— Vó, a tia da cantina foi grosseira comigo, eu falei com ela com toda a educação: “Tia, a senhora poderia fazer o favor de trocar essa moeda de 50 centavos por outra de 1 real?” Ela respondeu: “Você tá doida menina”.
Outro mico espetacular pagou minha esposa Angélica.
No dia 26.01.2010 eu tinha saído bem cedo e quando voltei encontrei-a tomando o café da manhã.
Estava me preparando para cumprimenta-la pelo seu aniversário, que acontecia naquele dia, quando a vi assustada e mais branca do que neve. Foi então que ela falou:
— Pai, – há muito tempo ela me chama assim – engoli a ponte!
Por um instante fiquei imaginando ela engolindo a Ponte Espraiada, aquela da região do Morumbi, até que ela explicou:
— Engoli a prótese dentária, aquela que o dentista acabou de fixar. E agora?
Resultado: ela foi a um pronto-socorro público ao lado da nossa casa, e a médica tirou uma radiografia e ficou apavorada, foi transportada de ambulância até outro hospital público, retornou de ambulância sem ser atendida e só foi resolver o problema no final do dia no hospital do convênio através de uma endoscopia.
No dia seguinte a caixa de entrada de seu e-mail estava lotada de gozações, e o mínimo que a chamaram foi de “engolidora de pontes”.
Mas, hilariante mesmo, foi o mico da Aline, minha filha.
Em uma data comemorativa, ela foi convidada para um happy hour, do Citibank, onde trabalha. Ela estava toda empolgada e dizendo que era um local “chique”, com comidas e bebidas de vários países e por aí afora.
Para quem não sabe, happy hour é uma tradição americana que se espalhou pelo mundo e nada mais é que uma festa de fim de expediente para descontrair. A tradução é “hora feliz”, mas não foi nada feliz para a Aline.
Ela não queria dirigir com o sapato de salto alto, então botou uma Havaiana nos pés e foi embora, esquecendo os sapatos em casa.
Quando se deu conta, estava em plena festa, vestida com traje social e de Havaiana.
Teve que aguentar todo tipo de gozações e passar o tempo todo escondendo os pés. Era só um fotógrafo chegar por perto e ela já advertia:
– Só do joelho para cima.
Claro que teve quem não obedeceu, e o fato foi devidamente registrado para entrar nos anais daquela comunidade como: “a cinderela de havaianas”.
Que a paz esteja com todos.
Darci Men
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É verdade! Mas acho que isso acontece porque as pessoas gostam de ser o centro das atenções quando os outros estão aplaudindo ou elogiando, e não quando estão rindo da sua cara! rs
O mais curioso é que todo mundo paga mico vez e outra, mas todo mundo se sente o último paspalho da face da terra quando acontece.