Não consigo escrever.
A maior parte do Escrever é técnica e ela se aperfeiçoa com treino e o treino na escrita é o escrever é o ato em si e se não consigo, não treino, não melhoro, definho em meus sentimentos, me perco em minhas torrentes alucinógenas de pensamentos desordenados e atemporais quase como se meus miolos se preparassem para um possível colapso mental.
Não posso permitir isso.
As palavras precisam ser ordenadas e direcionadas para um bem maior, para me libertar do que me faz ser quem eu sou e me fazer livre de mim mesmo, simples e egoísta, sem me importar em um primeiro momento em criar textos com pretensão alguma de livrar ou ensinar alguém além de mim mesmo.
Tomo a caneta, o lápis passeia pela folha, os dedos deslizam quase em união com o pensamento da superfície… é o momento onde a mente está calma e quase nada, a não ser o ato da escrita em si, existe.
Eu daria uma dica pra mim mesmo, sempre digo para escrever, mas as redes sociais e os programas de comunicação tomam minhas inspirações e letras e as jogam em uma torrente plural de ideias e iconografias sem dono e fugaz, dia após dia após hora e um apanhado de minutos fazendo com que tudo faça parte da comunidade do que é ser humano.
É o que vai sobreviver, esse aglomerado semicaótico de informações e delírios hedonistas, ou nem tanto, mas massificados em sua pureza ou repetição. Isso realmente não tem a mínima importância.
Me resta então o alívio que fica ao se livrar de palavras sem sentido, mas com alguma substância.
____