Segundo a Mitologia Grega, acredite se quiser, ela previa que a primeira mulher veio ao mundo como castigo dos Deuses.
Ela se chamava Pandora e junto com ela veio a famosa caixa que não poderia ser aberta… mas, segundo a lenda, ela abriu a tal caixa e, consequentemente, trouxe inúmeras desgraças.
Não ficou claro se ela abriu só a caixa ou “abriu mais alguma coisa”, mas o recado machista ficou bem definido…
Também relacionado à Grécia Antiga, vem outro exemplo de machismo:
Segundo os historiadores, em 393 d. C., o Imperador romano Teodósio (347-395), que era cristão, aboliu os Jogos Olímpicos que já existiam há mais de um milênio. Apesar de tais Jogos serem exclusivos dos homens, ele alegou que o evento estava ligado ao paganismo, exaltava o corpo humano e atentava contra a masculinidade.
Outro exemplo de machismo ocorreu na Idade das trevas, mais precisamente por volta de 855 da nossa era.
Segundo a lenda, uma jovem de nome Joana ou Joanne, extremamente inteligente e culta, teria chegado ao Papado com o nome de João VII.
Na época era proibido as mulheres estudarem, então ela “vestiu-se” de homem e foi galgando todos os cargos da Igreja: monge, padre, bispo, cardeal e finalmente papa.
Certamente ela era muito inteligente senão não teria chegado aonde chegou. Mas, acima de tudo, ela era um ser humano e uma mulher e como tal acabou se apaixonando por um guarda suíço do Vaticano e dando suas “escapadas”, Acabou por engravidar.
Claro que ela escondeu isso enquanto pôde, mas um dia, em uma das intermináveis e cansativas procissões, acabou dando a luz ao bebê, em plena rua.
Resultado: a pobre coitada acabou amarrada ao rabo de um cavalo e arrastada até a morte.
Em outra ocasião, em 1859, quando Charles Darwin publicou o seu famoso trabalho “A Origem das Espécies”, sugerindo que o homem descendia dos macacos, foi um verdadeiro alvoroço. A Igreja queria “crucificá-lo” e mesmo a sociedade científica demorou em aceitar suas ideias.
Um de seus colegas, para ironizá-lo, teria dito:
“Se ele afirmasse que a mulher descende de um macaco, ‘vá lá’, mas dizer que o homem descende do macaco é demais.”
O que eles não sabiam, e sabemos agora, é que descendemos de poeira estelar e bactérias há bilhões de anos atrás. Mas ainda tem gente que não acredita nisso e é perfeitamente normal que isso ocorra. É difícil alterar os ensinamentos “aculturados” durante anos e anos.
Estes fatos históricos, sendo totalmente verdadeiros ou não, demonstram como tem sido machista a humanidade. Resquícios desse machismo ainda existem em todos nós e é manifestado de várias maneiras.
Assim, cresci aprendendo que o homem, ou seja, o “cabra macho”, não chora, não lava louças e, em sua casa, quem manda é ele…
Você deve estar se perguntando: onde esse cara que chegar com tudo isso?
Bem, vai lendo e logo vai descobrir:
Dia desses a minha mulher veio com a seguinte conversa:
— Você tem que fazer o exame da próstata e já marquei com o médico.
Aquilo foi uma terrível notícia, eu sabia que tinha que fazê-lo, mas sabe como é: homem que é homem… Então respondi a ela:
— O que?! Ir lá para o cara meter o dedo no meu “fiofó”? Nem pensar!
Então, como na minha casa quem manda sou eu, adivinhe: fui!
Mas considerando aquele ditado que diz: integridade é dizer a verdade a si mesmo e honestidade é dizer a verdade aos outros, e como esse assunto é de interesse geral, vou contar como foi.
Já na véspera, quando falei aos amigos a minha terrível missão, começaram as gozações:
— Relaxa, você vai acabar gostando e pedir para voltar. – Disse um.
— Trate de levar um espelho retrovisor, nunca se sabe o que o médico vai enfiar lá… – disse outro.
— Cara, isto é como aquela peça de teatro: trair e coçar, é só começar! – Afirmou mais um.
E tantas outras piadinhas do gênero.
No fatídico dia fiquei pensando: “Darci, você já passou por tantas situações difíceis nessa vida, não é um mísero dedinho que vai te assustar. Mas e se for um ‘dedão’?”
Bem, lá fui eu e, é claro, levei minha mulher, pois precisava de um apoio moral nesse assustador momento.
O simpático Doutor, já com idade avançada, lá pelos seus 60 anos ou mais, começou com inúmeras perguntas. Fiquei pensando: “por que tantas perguntas? Por que ele não vai logo aos ‘finalmente’ e acaba logo com essa agonia de uma vez?”
Depois de inúmeras anotações, ele encostou-se à cadeira, fez uma pausa “estratégica” que parecia uma eternidade, olhou-me fixamente e disse:
— Bem, pelo que você me disse, sua saúde é ótima, então o que o senhor vem fazer em meu humilde consultório em uma tarde de sexta-feira, tão linda e ensolarada? – E já dando a resposta, completou:
— Já sei! Quer experimentar o meu dedo? Já que está aqui, vamos para a sala ao lado.
Lá chegando já foi dando ordens:
— Deita aí na cama e baixe as calças.
Nessa altura dos acontecimentos, não aguentando mais, falei:
— Doutor, me deixa ver direito essa tua mão, afinal, cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém!
— Não se preocupe! – Respondeu ele, mostrando-me as suas mãos – Veja, são pequenas e não tem nenhum anel ou aliança, vai ser moleza!
— É moleza porque não é no seu! – Eu respondi.
Minha mulher que estava na sala ao lado ouvindo a conversa perguntou:
— Posso assistir?
Respondemos em coro:
— Nãaaao!!
A partir daí recuso-me a contar detalhes, mas dá para imaginar…
Depois dessa, a época do machismo “já era”. Será?
Pois é, “assim caminha a humanidade”.
Que a paz esteja com todos.
Darci Men