Ouvi no rádio uma notícia alarmante que dizia que a grande e secular empresa de Correios dos EUA está próxima de falir, com uma dívida astronômica de cerca de 15 bilhões de Obamas e repleta de burocracias e processos antiquados, como a grande maioria das estatais, enfrenta dificuldades sérias em se manter no mercado.
Algum executivo teve a ideia de, em 2009, lançar selos do desenho de humor “Os Simpsons”. A empresa investiu mais de um bilhão de Obamas, mas parece que foi um fracasso, pois não conseguiram vender nem um terço dos selos.
Esses selos com figuras de humor me fizeram lembrar uma história do Coringa do final da década de 1990, e é dela que vou falar.
Em 1997, a editora Abril colocava nas bancas de todo o Brasil a revista Coringa – Advogado do Diabo com argumento de Chuck Dixon (que trabalhou no Gladiador Dourado e nos Renegados nos anos 2000, dentre outras), arte de Graham Nolan (atualmente na revista dos Gaviões Negros, publicada pela Panini no mix Universo DC), arte-final de Scott Hanna (trabalhando em diversos títulos como Avengers Academy e Esquadrão Suicida) e cores de Pat Garrahy (Demolidor: O homem sem medo).
Nessa história o Correio dos EUA decide lançar uma série de selos homenageando os grandes humoristas da história, o Coringa fica maluco, invade a Agência Central dos Correios com uma roupinha ridícula de carteiro e diz que só libera os reféns se fizerem selos dele também!
Claro que o Batman chega, senta a porrada nos capangas e no Palhaço e o prende.
Mas acontece que pessoas começam a morrer ao utilizar os selos da série “Comediantes”, e morrem com um sorriso bizarro na cara graças à toxina apelidada de “Gás do Riso do Coringa”.
Óbvio que o principal suspeito é o Palhaço do crime. Uma promotora nova na cidade decide mostrar serviço e parar com a palhaçada de mandar o cidadão para o manicômio sempre que ele faz alguma merda, declaram ele são, o julgam pelos assassinatos dos selos e o condenam à pena de morte!!!
Só que aí, o Batman não se convence que ele é culpado desses crimes e resolve investigar melhor. Todo mundo fica bolado com isso.
O Comissário Gordon e sua filha Bárbara (que nesse momento da mitologia do Homem Morcego está paraplégica, depois de ter sido baleada e sodomizada pelo Coringa, assim como seu tio) ficam putos da cara com o Batman, acham um absurdo ele querer salvar o Coringa, já que mesmo que ele seja inocente desse crime, cometeu diversas outras atrocidades.
A primeira parte da trama se passa em sua maioria no tribunal e nos bastidores do mesmo, vemos ali por cima como funciona o sistema jurídico americano, exaustivamente explorado em filmes, mas poucas vezes retratado em quadrinhos.
Boas cenas de ação com o Batman espancando a bandidagem em busca de informações, tem cenas engraçadas e também brutais do Coringa convivendo com presos comuns na prisão e depois no corredor da morte, o Robin aparece em momentos pontuais e sempre bem, diálogos interessantes entre Batman e Gordon, assim como uma crescente tensão até o final e uma inevitável reviravolta.
É uma boa história do Coringa onde, como não poderia deixar de ser, o Batman é figura importante ali.
Então é isso. Recomendo essa edição que é muito interessante. Você pode encontrá-la em seu sebo preferido (inclusive em sebos online) ou então em alguma gaveta ou armário de algum colecionador.
No final me pergunto se o selo do Coringa não venderia mais do que o dos Simpsons…
Eu dou nota 7,5 de 10.
Abraço!
Pesquisa:
www.guiadosquadrinhos.com/edicao.aspx?cod_tit=cad0301+&esp=&cod_edc=5765
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Roteiro inteligentíssimo!!!
O Curinga realizou trocentas atrocidades em série antes dessa, e sempre pegou apenas férias forçadas no Sanatório São Juquinha.
Eis que, do nada, decidem condená-lo à pena de morte justamento por conta do único crime que ele não cometeu.
Parabéns, hein! Que merda que deve ser ficar inventando historinhas em que o bandido nunca morre só para dar o bom exemplo pras crianças…
É por isso que a sociedade moderna está indo para a vala.
Se a bicha do Superman matasse todos os vilões reincidentes no mundo da ficção, no mundo real, com certeza, a tripulação e passageiros de um avião não aceitaria ser dominada e enfiada em um prédio por apenas dois sujeitos armados com faquinhas de sobremesa.