por Eder Vitorino
O trabalho é uma atividade produtiva, porque é atividade mental ou física para produzir os bens que necessitamos; transforma o homem intelectualmente ou fisicamente e muda a forma da sociedade.
O aperfeiçoamento da agricultura desenvolveu várias atividades produtivas como artesanato, comércio, domesticação de animais e abriu caminho para o surgimento da propriedade privada, separando os homens entre proprietário e não proprietário, propiciando a divisão da sociedade em classes.
Com esse avanço agrícola, foi somado à possibilidade de produzir mais alimentos também o trabalho de prisioneiros de guerra. Este fato tornou as guerras ainda mais viáveis para os vencedores, pois antes não tinham alimento suficiente para sustentar seus prisioneiros.
Assim como o homem aprendeu a domesticar animais, também aprendeu a “domesticar” o homem, tornando-o escravo.
O economista e filósofo escocês Adam Smith (1723-1790) diz que o valor da mercadoria depende do trabalho, conhecimento necessário em técnicas e tempo para realizá-lo, assim, quanto mais tempo e trabalho utilizados, maior será o valor cobrado pela mercadoria produzida.
Smith preocupava-se com a capacidade produtiva do trabalhador acreditando que a especialização e a divisão do trabalho aumentavam a produtividade e beneficiavam tanto assalariados quanto capitalistas.
O seu livro A riqueza das nações foi uma contribuição extremamente importante para o estudo da economia.
Para o filósofo, o que importava era concentrar a renda, aumentar a produtividade e a oferta de trabalho para o desenvolvimento da sociedade; cabendo somente aos capitalistas a oferta de bens e serviços para atender as necessidades dos indivíduos.
O pensamento econômico resume-se então a dizer que o trabalho é um dos requisitos para determinar o valor da mercadoria.
Portanto, a propriedade privada é o que garante a sobrevivência de todos, infelizmente a desigualdade social e a divisão do trabalho (patrão versus empregado) fazem parte da natureza humana.
O papel dos capitalistas é controlar a propriedade sem a intervenção do governo contando com o esforço coletivo em benefício do aumento da produtividade, funcionando tal qual nosso sistema econômico.
“A ciência e a sociedade atual” é uma série de artigos para entender as relações sociológicas, filosóficas, históricas e políticas no desenvolvimento das ações humanas até os dias atuais.
Para saber mais, leia:
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações.
MELO, José Wagner de; SILVA, Edimar Araújo. EJA HIstória.
_
Eduardo Veríssimo, não posso estender muito, pois é um assunto para os meus próximos artigos; o Banco Central é tema a parte, o Estado intervém "entre aspas", porquanto o conceito do Banco Central estabelecer a taxa de juro tem um outro sentido no mercado e na sociedade. Não posso ir muito além porque não quero estragar a surpresa. Estamos indo muito rápido no tema porém, muito legal.
Eder, no mundo capitalista o Estado intervem sim na economia, e de diversas maneiras. O que o Estado deve evitar é concorrer com a iniciativa privada, mas isso deve acontecer quando houver concorrência de fato. A intervenção estatal acontece, por exemplo, através das agências reguladoras. Em uma sociedade de mercado elas estabelecem as regras pelas quais as empresas prestarão serviços. No Brasil, infelizmente, elas foram sucateadas com finalidades ideológicas: se os serviços que elas regulam forem ruins – é o caso da telefonia – então é fácil propagar a mensagem de que a economia liberal não atende sua função social. Outra maneira pela qual o Estado intervem na economia é através da taxa de juros, que acaba regulando a inflação dos produtos e a atividade produtiva.
Tem um aspecto do aumento da produtividade que você abordou só de um lado: o dos empresários e trabalhadores. Os consumidores são diretamente beneficiados de aumentos de produtividade na medida em que o custo de vida se reduz e a mesma renda é capaz de comprar uma quantidade maior de produtos.
Edurado Veríssimo, você citou um ponto importante. Primeiro: no mundo capitalista o Estado não intervém na economia, (somente se estourar uma crise, vide a crise imobiliária de 2008). Segundo: o que importa para o capitalista é a geração de lucratividade no que causa uma desigualde social. Terceiro: a produção de mercadoria exige um maior número de trabalhadores, no que infelizmente causa uma divisão do trabalho; enquanto a concorrência, Adam Smith concordava que os países ricos teriam que estabelecer os preços acessíveis para que os países mais podres não sofressem restrições; po isso temos a divisão do trabalho para gerar quantidade de trabalho, aumentar a produtividade e beneficiar os assalariados e os capitalistas. Obrigado pela análise.
Tem uma falha no texto. Você escreveu "cabendo somente aos capitalistas a oferta de bens e serviços para atender as necessidades dos indivíduos."
Isso não é verdade. Adam Smith dizia que o Estado deveria agir no mercado quando a iniciativa privada não se interessasse por produzir algo que se considerasse importante para a nação. No entanto, deveria se retirar quando a iniciativa privada entrasse no jogo e fossem criadas condições para que houvesse concorrência.
Outra coisa: a concentração de capital deveria ser aceita apenas na medida em que houvesse um ganho de produtividade, mas, mais importante que isso, deveria permanecer um ambiente propício para que houvesse concorrência, que é a essência do pensamento de Smith. Acho que este ponto foi o que mais ficou a desejar no seu artigo.