por Eder Vitorino
O homem e a mulher nasceram no seu estado de bondade, ou seja, naturalmente não se nasce no estado de maldade, pois o ser humano é corrompido pelo meio apenas quando cresce; diferente dos homens selvagens que vivem na floresta, considerados por Jean Jaques Rousseau como homens bons por viverem apenas daquilo de que precisam ou do que a natureza pode lhe oferecer, ao contrário do homem civilizado que é mais ganancioso desejando sempre mais o que lhe aprouver.
Os valores civis e éticos mudam a cada século, mas as diferenças das classes sociais existem desde os tempos de Rômulo e Remo; passando pela Idade Média com o mercantilismo até chegar à Revolução Industrial na Inglaterra: o início do capitalismo.
A Londres do século XVIII era uma cidade degradada com muita pobreza e violência onde os trabalhadores ficavam nas fábricas mais de vinte horas por dia, e as crianças limpavam chaminés.
Nos séculos XIX e XX, surgiram as greves e as leis por melhores condições de trabalho com a ajuda de sindicatos; assim todo trabalhador teve as horas de trabalho regulamentadas, descanso e férias.
Vieram também os protestos de melhores condições de trabalho para as mulheres, porquanto, as mulheres queriam os mesmos direitos de igualdade dos homens.
Todas as conquistas dos trabalhadores vinham de forma gradativa com o 13º salário e FGTS, porém com o surgimento de muitas indústrias a cidade crescia e houve maior migração do campo para a cidade.
Houve crescimento de desemprego e violência e a ganância dos donos das empresas cresceu por causa do bem maior do capitalismo: o lucro.
Hoje, as mulheres não ganham os mesmos salários que os homens; as empresas contratam muitas firmas terceirizadas para pagar salários abaixo da média, por conseguinte vira frustração dos trabalhadores que têm dificuldade de comprar algum aparelho moderno ou outras coisas além do que necessitam para “se inserir na sociedade”; entretanto a conscientização da inclusão social no emprego é uma nova vitória dos trabalhadores do século XXI.
O homem e a mulher, portanto, no estado natural de bondade sem ser corrompido pelo meio, podem viver civilizadamente pensando no trabalho que, na forma de trabalhar num dia é diferente do outro, dignificando aquilo que faz apesar das dificuldades; respeitando sempre os valores do próximo e o segredo de vencer a frustração é não desejar mais o que lhe aprouver.
Para saber mais, leia:
ROUSSEAU, Jean Jacques. Discurso sobre a origem e as desigualdades entre os homens.
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Desejo e vontade são condições inatas de todo ser humano, de todo ser vivo. O bom selvagem, a quem se refere Rousseau, é um personagem meramente circunstancial. Os meios dados ao homem pré-Estado eram limitados e não permitiam uma dominação no sentido capitalista atual. Portanto, foi com a criação do Estado que houve uma sistematização e uma ampliação da capacidade de soberba e de controle de uma classe sobre outra. A luz do século XX, cabeças como Marx e Darwin e com o esclarecimento da antropologia deram uma outra perspectiva do pensamento de Rousseau. O bom selvagem , o homem da pré-história, era tão ganancioso e cruel quanto hoje, apenas não tinha o desenvolvimento suficiente para usufruir disso.
Abraço