— Não, se você seguir corretamente as minhas recomendações.
— Pra começar, o senhor pode esquecer-se da cerveja que tanto gosta! – Disse o médico – Pelo menos durante dois anos só vai beber leite.
— Outra vez, doutor?!
— O quê?! O senhor já fez esse tratamento?
— Já. Durante os dois primeiros anos da minha vida.
Essa piadinha ilustra bem a fixação que os homens têm pela cerveja, essa bebida que, sem sombra de dúvidas, é uma preferência mundial.
Dizem que a cerveja é uma das primeiras bebidas alcoólicas produzidas pelo homem e, historicamente, existem registros do uso dela desde 4.000 anos a. C., quando os sumérios já adoravam a “loirinha”. Só não sei se na época ela era “loirinha”, mas não importa, o fato é que eles adoravam e até tinham uma Deusa da Cerveja, chamada “Ninkasi”.
Bem, nos dias de hoje, as “deusas” são outras: geralmente aquelas modelos seminuas que fazem as propagandas de cerveja.
Tem até um Faraó do Egito que ficou conhecido como o Faraó-Cervejeiro. Ramsés III (1.184 – 1.153 a. C.), para acalmar os Deuses, doou ao Templo de Amon cerca de um milhão de litros de cerveja (como bebiam esses deuses!).
O Famoso Código de Hamurabi, do Rei da Babilônia (aproximadamente 1.750 a. C.), já incluía leis de comercialização da cerveja. Também não sei se existia competição entre os fabricantes, nem se faziam propagandas, mas já tinham marca. Isto ficou comprovado depois que arqueólogos encontraram ânforas com o símbolo do fabricante da cerveja.
Já os antigos romanos não gostavam muito de cerveja que era considerada a bebida da plebe e dos bárbaros.
Na época de Jesus, a cerveja era consumida nas refeições em grande escala, principalmente nas casas dos menos “abastados”, não como bebida alcoólica, mas como acompanhamento da refeição.
Bem, o fato é que a cerveja tornou-se uma “companheira” dos homens de hoje e não pode faltar nas reuniões sociais ou mesmo nos encontros casuais. Até já inventaram o Dia da Cerveja (às sextas-feiras) e tem até aquele que afirma:
— Cerveja faz mal, meu! Quando falta!!!
E aquele outro que afirma orgulhoso:
— Depois de mulher, a coisa que mais gosto é de cerveja! Não gosto de dinheiro, tanto que, quando tenho algum, gasto com cerveja!
Outro mais radical aconselha:
— Evite a ressaca da cerveja, mantenha-se bêbado.
Ou ainda:
— Não maltrate o amante da cerveja, encaminhe-o ao bar mais próximo.
E aquele que perguntou:
— Cerveja mata?
O outro respondeu:
— Sim! Sobretudo se a pessoa for atingida na cabeça por uma caixa de cerveja ou ainda por infarto no miocárdio, caso um velhinho mais afoito olhar aquelas modelos deslumbrantes seminuas, fazendo propaganda de cerveja.
Mas falando de cerveja, não poderia deixar de mencionar o meu amigo e compadre Tuca (um verdadeiro amante da cerveja).
Anos atrás ele tinha um bar perto da minha casa e meu cunhado Rinaldo, outro amante da “loirinha”, veio me visitar.
Claro, e o levei ao bar do Tuca e assim que chegamos ao seu bar, ele abriu duas garrafas de cerveja e três copos (ele era assim, servia o cliente e se servia também).
Depois de quase uma dúzia de garrafas vazias, acabamos os três bêbados ou “borrachos” como falam os espanhóis e ficamos os três cantando aquela música da Elizeth Cardoso:
“Eu bebo sim! / Eu tô vivendo / Tem gente que não bebe / E tá morrendo”…
Algum tempo depois chegou minha irmã e minha mulher e nos “convidaram” a ir para casa, deixando o pobre Tuca desolado de perder os companheiros de bebedeira.
Outra do Tuca aconteceu no último dia 31 de dezembro, quando fomos a um churrasco na casa de um amigo.
O Tuca “deu um jeito” de eu levá-lo no meu carro. A intenção era clara: sem precisar dirigir, ele podia tomar todas e mais um pouco. O pior é que no dia seguinte fomos ao apartamento de outro amigo para um almoço e ele me “tapeou” de novo e tive que levá-lo novamente.
Finalmente uma piadinha para descontrair:
Duas formigas japonesas encontraram na rua, ao mesmo tempo, uma latinha de cerveja com restos do precioso líquido.
Como sempre faz, a cerveja acabou “atiçando” a amizade das duas, até que uma perguntou para a outra:
— Fu.
— Fu o quê?
— Fu Miga.
— E o seu nome, qual é?
— Ota.
— Ota o quê?
— Ota Fu Miga.
Que a paz esteja com todos.
Darci Men