La Lunna – Pelo direito de ser lésbica

La Lunna

Se as mulheres em geral não tiveram todas as suas reivindicações atendidas, a situação é ainda pior para as mulheres lésbicas. Estas sim são consideradas seres invisíveis na sociedade, ficando sempre à margem das discussões e fora das estatísticas.

Vivendo o preconceito em todas as esferas da vida – social, econômica e política –, ainda são vítimas da violência mental e sexual. Muitas famílias, ao descobrirem que as filhas são lésbicas, querem impor um comportamento heterossexual como “normalização” da prática sexual do indivíduo.

A cada 15 segundos, uma mulher é espancada por um homem no Brasil. Cerca de uma em cada cinco brasileiras (19%) declara espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência por parte de algum homem. Mas quantas delas são lésbicas? Não existem dados oficiais sobre violência contra mulheres lésbicas, aumentando a sua invisibilidade.

Isso se deve, em primeiro lugar, ao próprio sistema educacional que limita o assunto “sexualidade” à reprodução humana. Não existem educadores preparados para o tema, e o grau de homofobia nas escolas ainda é muito grande, não existindo políticas específicas para trabalhar o problema.

A saúde pública também não está preparada para atender as mulheres lésbicas. Dificilmente falam de prevenção e não indicam os métodos anticoncepcionais adequados, tratando muitas delas como mulheres que não mantém uma vida sexual ativa e sadia. As próprias lésbicas, muitas vezes, não assumem publicamente sua sexualidade por medo de serem reprimidas ou por acharem que sofrerão de alguma doença. E como se não bastasse, muitos homens também não respeitam o relacionamento entre lésbicas, tratando-as somente como um fetiche para a realização de suas fantasias sexuais.

A situação das mulheres lésbicas se torna mais drástica quando ela é combinada com a exploração capitalista, ou seja, quando são as mulheres da classe trabalhadora que precisam afirmar a sua sexualidade. As mulheres da burguesia podem exercer a sua sexualidade com mais autonomia, pois devido às suas condições econômicas podem frequentar bares e outros lugares específicos para homossexuais, enquanto as lésbicas da classe trabalhadora sofrem preconceitos muito maiores.

Creio que a única saída para combater a discriminação e a homofobia seja cobrar do governo que realmente haja um serviço público de qualidade, onde as diferenças de raça, gênero e preferência sexual sejam respeitadas.

A luta pela construção de um verdadeiro socialismo passa pela aceitação das diferenças, onde todos poderão expressar a sua sexualidade livremente, sem opressão e discriminação. Enquanto isso não acontece, é necessário que tenhamos políticas públicas que assegurem a punição e impeçam os atos de violência contra mulheres, lésbicas e trabalhadoras.

 

Fonte: www.violenciamulher.org.br


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14 comentários em “La Lunna – Pelo direito de ser lésbica”

  1. As lésbicas têm sim que lutar pelo seu lugar na sociedade, pelo bom serviço em lugares públicos ao saírem com suas parceiras, o direito de sair de mãos dadas por aí!Alguma coisa já mudou de certo tempo para cá: já saíram alguns casais de lésbicas na novela do horário “nobre”, existe uma dezena de filmes abordando “naturalmente” o assunto e com o tempo sociedade vai cair na real, seja por bem ou por mal, e começar a tratar todos com respeito pelas suas escolhas. Temos que ter fé e fazer nossa parte ao que se diz respeito à evolução da mente humana. Não só criticar, mas também defender sempre que possível uma boa causa. E para isso, também temos que contar; principalmente; com as lésbicas; sejam as de escolha de vida, sejam as de ocasião, sejam as de modismo… A vida é muuuuito curta!
    Um abraço forte a todos
    Gri

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  2. É o nosso mundo ainda é o das “diferenças”, as pessoas querem sempre fazer parte de um grupo, serem aceitas dentro de um contexto, etc…
    Mulher é mulher e tem os seus direitos independente de ser hetero, gay, velha ou nova, trabalhadora ou dona de casa!
    Bom se muitas dessas são vistas como “minoria” sem muitas opções, realmente as lésbicas então é que não tem mesmo lugar para aparecer a não ser aquelas que tem uma condição social melhor, mas acho que isso é em tudo, a condição social influencia muito a forma como aparecemos em sociedade.
    Bom para iniciar, os heteros precisam aceitar os gays como iguais para que haja uma verdadeira mudança de paradigma, e os gays tem também que aprender a não discriminalizar a si mesmos para que sejam aceitos com mais facilidade, eu acho que os movimentos tem que ser iguais nas duas direções.
    Um beijão para todos,
    Ale

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  3. Acredito que se trata de rotular o sujeito, identificando-o e caracterizando-o a partir de sua “orientação sexual” (não acredito que seja exatamente o que se pode se chamar de “orientação”, por isso as aspas, não gosto de se referir a sexualidade como se fosse uma escolha apenas, acredito que vá muito além disto), sendo esta também uma maneira de delimitá-lo, circunscrevendo-o dentro de um paradigma, de modo a estigmatizá-lo. Ora, nada pior para gerar preconceitos do que estigmas! Não entendo como se pode definir o cárater de alguém em função de suas preferências sexuais. O sujeito extrapola, em muito, a mera questão da sexualidade, não sendo um objeto rotulável como “homossexual” ou “lésbica”. Trata-se de pensar as pessoas numa dimensão mais ampla e complexa, e não apenas pelo prisma de sua “opção sexual” que, diga-se de passagem, é um mero detalhe… Além do mais, concebe-se padrões de normalidade a partir dos quais o sujeito é incluído ou não dentro de grandes grupos, sofrendo um grande impacto em sua individualidade, o que obviamente interessa ao capital em sua eterna tentativa de massificação. Enfim, acho que é por aí…

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  4. SE ALGUÉM DE SUA FAMILIA ADMITISSE QUE É GAY, O QUE VC FARIA! QUAL SERIA A REAÇÃO IMEDIATA. EU NÃO SABERIA DIZER. É MUITO FACIL FALAR “NÃO SOU PRECONCEITUOSO” O DIFÍCIO É PRATICAR O BOM CENSO. ACREDITO QUE MUITAS GAROTAS NÃO TEM CORAGEM DE ADMITIR SUA CONDIÇÃO SEXUAL(HOMOSSEXUL), PARA NÃO “MAGOAREM OU OFENDER” SUA FAMILIA. MAS HOJE, VEJO ALGUMAS GAROTAS LÉSBICAS SÓ PRA CHAMAR A ATENÇAO E NÃO PELO FATO DE REALMENTE SEREM GAYS.
    PARABÉNS PELO ASSUNTO TÃO DELICADO!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  5. o mundo homofobico eh erroneo, cada um tem o direito de amar quem ele(a) desejar
    se você não concorda com isso , bem você tem um problema cultural e psicologico
    todos somos seres humanos, respeite a todos

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  6. Acho um absurdo ainda existir preconceito em pelo século XXI, mas acredito que isso venha de criação, de educação. Não acredito que um dia isso acabe. As pessoas não sabem ver o valor que uma pessoa tem independente de sua cença, opção sexual ou raça. Infelizmente!
    Ótimo post.
    Parabéns pelo blog! =)
    BjOs

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