— Tudo bem, doutor, eu conto o que aconteceu… Claro que isso deve ficar entre nós.
— Você sabe que eu sou um profissional, e manter segredo é parte fundamental do que eu faço.
— Então veja isso.
Ele mostrou a palma da mão, e eu via claramente que ela ficava mais “brilhante” – é difícil achar o termo correto, porque parecia sim que ele brilhava, mas era como se ele se misturasse com a luz, se fundisse.
— É disso que eu estou falando, mas você já deve saber… Bem, respondendo à sua pergunta, eu não adquiri esse poder graças a um acidente quando eu viajava em um submarino nuclear, contei isso porque minha assessoria de imprensa assim sugeriu. A verdade é que eu fui uma cobaia.
— Cobaia. Sei… E você se ofereceu?
— Não exatamente. Eu fui escolhido. Eu estava preso por alguns… atos de rebeldia, eu diria, fui dado como desaparecido e passei o que eu imagino ter sido alguns meses enclausurado e sendo submetido a todo tipo de tortura. Eles conseguiram reduzir minha vontade à quase nada e eu confessaria que era um bagre se perguntassem. Mas eles não queriam saber nada, queriam testar meus limites. E foi me dada uma opção. Eu seria libertado se fizesse parte de um experimento para os governos do Brasil e dos EUA, e se jurasse lealdade, coisa que eles garantiram com um dispositivo de segurança, conforme fui informado, instalado em meu cérebro e que seria ativado caso eu saísse da linha.
Bem, eu e mais quatro pessoas de nacionalidades diferentes fomos levados até uma base subterrânea, em um local que eu ignoro até hoje, e forçados a participar de uma espécie de gincana. Dois de nós morreram, eu e um haitiano sobramos, fomos colocados em um contêiner com inúmeros aparelhos medindo nossas funções vitais, e esperamos, em silêncio, uma hora, duas, não sei direito. Eles explodiram algo, doutor, uma espécie de bomba experimental qualquer. Eu acordei mudado. Em um outro local, há alguns meses.
Esse ano do experimento era 1977.
— Você tem certeza disso? Você pode ter sofrido algum trauma, e as coisas podem estar confusas…
— Não duvide de mim.
Os olhos brilhavam, um brilho intenso, nervoso.
— Tu-tudo bem… E o haitiano? O que aconteceu com ele?
— Eu não sei. Pode estar em qualquer lugar, pode ter morrido…
— Você não pensa em procurá-lo? Saber se está bem? E o tal dispositivo de segurança?
— O dispositivo se foi. É como se não tivesse existido. Sobre o haitiano, na verdade, eu não me importo, doutor. Eu não era exatamente um dos mocinhos antes. E cada vez mais fico tentado a deixar de ser.
— A propósito, doutor, eu mudei de ideia sobre confiar em você. Adeus.
— Ei! Espere! Você não pode… AHHH!
Continua…
Ahhhh….
então é vc o Shiny-Man???
HUUUUUUUUUUMMMM
ahhah Eu não cara! Essa história ai foi um cara do governo que me passou! é tudo verdade, só não aconteceu ainda. ( essas viagens no tempo me deixam maluco).