Animações da DC Comics
A DC Comics vem com um histórico de décadas produzindo ótimas animações direto para TV ou vídeo, em que diversos projetos encabeçados por Bruce Timm fizeram sucesso entre os fãs. Numa decisão ousada, começou a adaptar histórias diretamente dos quadrinhos regulares, estreando com “A Morte do Superman” (2007) e passando por diversas outras histórias, como as recentes adaptações “Flashpoint”, “O Retorno do Cavaleiro das Trevas” e ” O Trono de Atlantis”.
Quadrinhos
Chegou a vez da DC lançar a animação do clássico “A Piada Mortal”, escrita por Alan Moore (não creditado na animação) e desenhada por Brian Bolland (esse sim creditado), traz a origem do famigerado vilão Coringa sendo um contraponto ao herói Batman, como se um fosse o espelho do outro. Além de um plano em que o palhaço do crime quer provar que “basta um dia ruim” para que uma pessoa comum se torne louca. Para isso, ele escolhe nosso querido Comissário Gordon, que passa por indescritíveis torturas psicológicas e físicas (inclusive sexuais) para que se quebre, enlouqueça.
Na linha de fogo, sua filha Barbara acaba sendo atingida. Algo que mudou para sempre o destino da heroína conhecida como Batgirl, mas que demonstrou a força da personagem, pois ela continuou combatendo o crime, mesmo depois de todo o trauma.
O Filme
Com escopo muito maior que o da HQ, a animação “Batman: A Piada Mortal” traz uma luz maior à Barbara Gordon (Batgirl) que, a meu ver, é a verdadeira protagonista desta adaptação, mostrando que ela, embora jovem, já seja uma experiente combatente do crime, porém ainda sob a asa do seu tutor Batman (que se vê traumatizado pelas perdas, principalmente pela morte do Robin pelas mãos do Coringa, fato que não é citado, mas demonstrado em determinado momento da fita).
No primeiro ato, vemos a dupla de vigilantes no encalço de alguns mafiosos, com explosões, tiroteios e assassinatos entre os membros da máfia.
Também nos é apresentado como Barbara é em sua vida privada, trabalhando como bibliotecária, meio hacker, sempre muito organizada e sistemática, apaixonada pelo que faz em cada momento e se entregando aos prazeres enquanto mulher independente e forte. Assim que a situação com os mafiosos é resolvida, entramos no segundo ato com a revelação de bizarros assassinatos do passado e a descoberta de que o Coringa escapou do Asilo Arkham, deixando Batman ainda mais psicótico em sua busca por pistas sobre o paradeiro do palhaço – que ataca inesperadamente o Comissário e sua família, trazendo o bizarro, o grotesco e a insanidade em seus aspectos mais doentios.
Daqui até o final, temos praticamente a transposição da HQ. Talvez fiel até demais pra alguns, alguns enquadramentos podem parecer estranhos. Eu particularmente gostei, até mesmo os flashbacks – que na HQ eu achava chatos – ficaram interessantes pela brilhante dublagem de Mark Hamill.
Tive a oportunidade de ver pela primeira vez uma animação da DC Comics no cinema, em uma sala repleta de fãs, e confesso que achei bem relevante, com pessoas rindo nas cenas divertidas e em silêncio sepulcral nos momentos de tensão (tenho certeza que um gordo nerd atrás de mim chorou em determinada cena).
Conclusão
Minha opinião sobre o filme: Eu gostei. Como adaptação está bom. Não muda em essência o que foi publicado e amplia a história, mostrando um antes e depois dos fatos publicados anteriormente, me deixando mais apaixonado ainda pela Barbara Gordon/Batgirl, que é quem deveria estar no pôster, pois é a verdadeira protagonista, além de um exemplo de força e superação, como sempre foi, e isso se complementa em um epílogo muito instigante, algo que não existe nos quadrinhos, mas que faz parte do que a personagem veio a se tornar. O DVD do filme Piada Mortal já está à venda.