O “Torto”

(Incrível personagem da história do Brasil).

Nossa história é rica em personagens, digamos, curiosos, mas, infelizmente, a maioria dos brasileiros não se interessa por ela.

É o caso do “Torto”, um sujeito incrível, que contribuiu decididamente por uma grande proporção da população de uma região inteira do Brasil.

Jerônimo de Albuquerque, o “Torto”, veio ao Brasil em 1534/35, junto com o cunhado e a irmã.

O cunhado, Duarte Coelho, foi o donatário da Capitania de Pernambuco e a irmã, Dona Brites de Albuquerque, outra pessoa não menos incrível, foi a primeira mulher nas américas a comandar uma capitania inteira.  Mas esta é outra história.

“Torto” era neto do vice-rei das índias portuguesas e filho de Lopo Albuquerque, que tinha o estranho apelido de “Bode”. (dizem que o apelido vinha de sua cabeleireira e barba “desgrenhados”). Mas esta também é outra história.

Já o “Torto” adquiriu esse apelido em uma batalha com os índios, onde recebeu uma flechada no olho esquerdo e outra na perna direita, mas sobreviveu e, a partir de então, passou a manquitolar e é justamente daí que vem o apelido.

Pois é, a batalha comandada por ele estava perdida e quase todos os seus homens foram devorados pelos terríveis índios da tribo Tabajara, menos ele.

O “cara” era tão magro que os índios resolveram deixa-lo engordar um pouco, para depois comê-lo, mas, nesse ínterim, ele caiu nas graças da filha do cacique, a Muyra-Ubi.

Felicidade! Ele não só se casou com a tal, como conseguiu uma trégua com aqueles índios permitindo que a Capitania de Pernambuco prosperasse.

Põe felicidade nisso! O sujeito era “Torto”, mas tinha “boa pontaria”, foram oito filhos com ela e dezenas de outros com outras índias.

Isso caiu nos ouvidos da recatada rainha regente de Portugal, Dona Catarina de Áustria que enviou a Dona Felippa de Mello, com ordens expressas para se casar com ele, dizendo:

“Sendo ele descendente de reis, não deveria seguir a “lei de Moisés” e manter trezentas concubinas”.

Mais felicidade! Com dona Felippa o cara teve mais 12 filhos, resultando em um total de mais de 40 filhos documentados.

Com tudo isso ele ganhou mais um apelido: “O Adão de Pernambuco”.

Que a paz esteja com todos. Darci Men.

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