Cleópatra 7ª, a rainha do Egito, que seduziu os generais romanos Júlio César e Marco Antônio, foi representada no cinema como uma mulher de extrema beleza.
Mas, era Cleópatra tão encantadora como Elizabeth Taylor, Sophia Loren e Vivian Leigh, suas intérpretes mais famosas nas telas?
Provavelmente não! É o que indica uma exposição que aconteceu no Museu Britânico, em Londres.
Para complicar ainda mais, recentemente, a plataforma de streaming Netflix lançou uma série retratando a famosa rainha com a cor negra. Aí a discussão “esquentou” ainda mais.
Segundo a amostra do Museu Britânico, que foi chamada: “Cleópatra no Egito, da história ao mito”, apareceu fortes indícios que a última monarca da dinastia ptolomaica era baixa (não media mais de 1,5m de altura e tinha um longo nariz, em forma de bico de gavião.
“Muito dessa imagem de mulher linda e sensual não passa de um mito”, disse Susan Walker, uma das curadoras do evento.
A exposição mostrou a trajetória de Cleópatra desde seu nascimento, em 69 a. C, até quando o imperador Romano Otaviano anexou o Egito.
O destaque da mostra foi 11 estátuas que, segundo os organizadores, são algumas das poucas representações de Cleópatra produzidas quando a rainha ainda era viva e que não foram destruídas. (Otaviano, quando conquistou o Egito, mandou acabar com todas as imagens de Cleópatra).
Mas nós sabíamos que algumas foram preservadas:
“Acreditamos que essas 11 estátuas, que eram consideradas retratos de outras rainhas, sejam na verdade, as imagens que restaram de Cleópatra em seu reinado”, afirmou Peter Higgis, curador do departamento de antiguidades gregas e romanas do museu.
Até hoje só uma imagem de Cleópatra do período em que ela viveu é considerada autêntica. Um busto seu encontrado no Vaticano, que também pode ser visto agora no Museu Britânico .
Uma dessas 11 estátuas, esculpidas em basalto negro 20 anos antes da morte de Cleópatra, retrata a monarca com um símbolo na cabeça que mostra três cobras. Segundo Dally-Nan Ashton, outra curadora da exibição, as três serpentes indicam que Cleópatra era a rainha do Alto e do Baixo Egito e de territórios na Síria e em Roma. “Essa era a imagem de Cleópatra que era apresentada aos Egípcios – a de uma governante de poder incontestável” – avalia Ashton.
Cleópatra governou o Egito por 21 anos, até morrer, e dividiu o trono com dois irmãos, Ptolomeu XIII, de 51 a 47 a.C. e Ptolomeu XIV, de 47 a 44 a. C. e, posteriormente, com o seu próprio filho Cesarion, ou Ptolomeu XV, de 44 a 30 a. C.
Foi a primeira governante de sua família a aprender a língua egípcia, uma das nove línguas que falava, e se apresentava aos seus súditos como filha de Rá, o Deus egípcio que representava o Sol.
Outro destaque da exposição é um busto que, acredita-se que seja de Cesarion, filho de Cleópatra com Júlio César, mostrado ao público pela primeira vez. Esse busto foi encontrado recentemente pelo arqueólogo francês Frank Goddio, nas ruínas da antiga cidade de Alexandria, cujas ruinas estão atualmente submersa.
A Mostra apresentou também outras esculturas, cerâmicas e peças de bronze do período em que os monarcas ptolomaicos controlavam o território egípcio e eram de origem macedônica.
Os ptolomaicos governaram o Egito a partir da morte de Alexandre, o grande, em 323 a. C.
Bem, para encurtar a conversa, a série de TV “Roma”, recentemente exibida no Brasil, retrata uma Cleópatra mais fiel à realidade, vale a pena conferir…
Que a paz esteja com todos.
Darci Men